Kerl Cardoso

Meus sentimentos são imensuravelmente maiores do que o meu próprio “eu”. Ao longo da minha obra, procuro expressar, não a realidade, como sendo a mais pura das verdades, mas o modo como ela se mistura com as ilusões, com o amor, com a própria mentira, afetando a minha alma e desenvolvendo a capacidade de entrar, sem pedir licença, no mais profundo do meu ser. A minha poesia, apesar de sair bem de dentro de mim, consegue, contudo, despertar sentimentos que estão presentes de forma contida e invisível, na consciência de um alguém, de um povo, aqui e além, numa qualquer parte do mundo.
Sou um poeta sentimental, repleto de emoções, meus versos falam por mim, exibindo, uma inevitável necessidade de desabafo interior, busco, na escrita, uma fuga para o meu "eu" que sempre me inquieta e agonia. Na minha obra poética, debruço-me sobre amores, desamores, medos, angustias, realidades reais, outras trocadas, camufladas e, sobretudo, sobre a dor de alguém que sente de mais (eu).