No rigor da solidão

Deitado ao colo do vento soergue-se o mar
Onde mergulho em suas maresias mais penetrantes
Deixo o tempo sossegadamente amarar num carinho
Empoleirado no trono de muitos silêncios radiantes
 
A esperança exonerou-se das horas que se defenestram
Pelas janelas dos sonhos mais vertiginosos
Deixavam escorrer suas brisas encavalitadas num eco
Perfumado, soltando suspiros enamorados…quase incinerados
 
E nisto sorria o vento dominando todas as fragilidades ficcionadas
Pelas minhas lembranças condimentadas com partículas de amor
Ornando o jardim das nossas meiguices e cumplicidades
 
Ficou a memória desorganizada, imputando ao tempo
O rigor de cada solidão labiríntica e civilizada perdida
Nas horas aladas convertidas em inquietações assim poetizadas
 
FC
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