Quando tudo mudar

É santo o disparate deste sonho colocado

Nas nossas doces bocas e em tudo que enxergamos

No quando que volve outras muitas belas estrelas,

A estar a pular e cambalear travesso a embriaguez

De todos os bons divinos vinhos que bebemos.

 

É necessário no pós jantar um pouco de música,

Tocar com pauta e sentir no pulso

Que estamos construindo com tijolos velhos

O maior de todos os universos,

Sentir no pulso o que as cordas dizem

E engatilhar na garganta a voz que chama

Outra aflita primavera afastada desta estação.

 

Estas brumas tapam a manhã, temos medo,

Estes nomes ferem quem somos, estamos sozinhos

E há quem diga que vivemos somente o começo

Da nova centelha iluminada a habitar almas e sombras.

 

Perguntamos aos dicionários e os lápis saem todos correndo,

Um pedido uma prece uma folha

Nada pode neste conflito entorpecido ombro de alcatrão.

 

Que saibam todos!

Os bons bocados hão de nos presentear

E mesmo assim!

O mundo ainda nos embebeda.

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