Rio de Maio

Fabrizio Bosso - "Rio De Maio"

À dor neguei tua partida
 
quando partiste
 
e eu
 
sem esperança
 
ao tempo estanquei qualquer
 
queixume por te ter
 
na minha ausência
 
quando despertámos mais confidentes
 
aposentando qualquer felicidade
 
baralhada pelo destino
 
inevitável,fugaz
 
camuflado de tanta criatividade
 
 
– Darei o mote aos versos
 
acasalados na madrugada onde noivámos
 
nossas lendas longínquas
 
esculpidas à proa dos ventos
 
Urdirei nas palavras alheias
 
tuas aparências magnificas
 
coincidentes
 
reservadas só pra mim na ode
 
lírica onde musicámos a vida
 
tão complacentes
 
 
– Incitarei minha obediência aos
 
teus logrados silêncios
 
esperando beber-te imensa
 
pr’ além das existências onde me vício
 
ao culminar solidário
 
nossos colidentes abraços
 
esbarrados na maciez de um verbo
 
abandonado no ócio da vida
 
despertando eminente
 
onde te faças meu Rio e eu
 
teu imenso Maio onde nos
 
amámos sorrateiramente
 
 
– Jamais abdico daquelas
 
gargalhadas que me emprestas
 
nas noites em que te exibes
 
só pra mim fremente
 
desfeiteando sílaba a sílaba
 
a gentil vestimenta imortal
 
que nos cobiça o amor
 
acontecendo a cada dia tão letal
 
em meus poemas marginais
 
avassaladores,
 
à espera só da pena capital
 
FC
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