Vir Ver

Na estranha manhã criança o sol faz brotar sua luz,

Não aponte ainda:

Estou com sono,

Não soletre estes pequenos raios em minha face,

Agora não:

Pois não!

 

Fazes-me para mim um doce aferventado chocolate,

Traga as escritas em forma de pérolas,

Coloque-os em mim em ti,

Doar-te hei o meu lenço já com choro,

Tu chorarás também porque o instante está machucado.

 

Deixe-me por um momento que deixar-te também preciso.

É neste verso inverso o tombo em louças, um jazigo,

É neste pingo de meu i que tenho-te a embalar meu sono,

Não gosto do gasto, mas gastas o meu silêncio,

Gastas nossa única vida.

É porque ágeis anjos fugiram pelas vidraças de manhã,

Estão tristes agora, pois perderam inocências, brincadeiras, infâncias,

Tagarelices... Desvaneceram vagabundeando seus tão calados nomes...

 

Agora, resta-nos o agora e o como sempre,

Só quebro isto e esboço esta única tarde de frase prenhe,

Ansiamos pelos balidos das ovelhas claras dos campos

Onde quereríamos acordar.

 

Suor calor pensamento matador

Calabouço aspas fisgas esculpidas

Pelo último artista chamado amor.

É na epiderme que deleitaste

Em meu nome abreviado,

Em meu puro conto,

Em minha divina poesia faltando rosto.

Os lábios não dizem o dever de dizer

Porque não são eles lábios que falam,

Não são eles frases nem vozes,

São suaves passeios pelos bosques dos chalés

Que construímos quando tu estavas triste...

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