Natureza

Pintura natural

          Pintura natural

Desceu das serranias intenso odor.

Trouxe-o a suave brisa da tardinha.

Veio do rosmaninho que está em flor,

Aroma mais exaltado p'la noitinha !

 

Mas ali, num quintal de verde intenso,

Sobressai amarelo do jasmim !

Cresceu frondoso, vigoroso, imenso

Faz sombra ao roseiral do meu jardim !

 

E lá longe, vê-se um extenso prado

Animado de lilases desmaiados;

Cheio de manjerona-brava e cardo,

Lançam ténuas fragâncias! Disfarçadas !

 

CACHOEIRA

Sobre o frio dorso de pedra,
Qual da musa a pele lisa
Seu influxo quando medra
Tão veloz ele desliza,
E sua lampeira queda
Nas torrentes alguém frisa.

De colossal formosura
Ela exibe a cabeleira,
Um manto cuja ternura
É mágica e feiticeira!
Mais parece uma moldura
Da beleza derradeira.

Vem de longe, mui distante
Este sangue transparente,
Que correndo qual infante,
Rastejando qual serpente
Lança o voo delirante
E despenha decadente.

TU QUE CORRES COMO O VENTO, VENHAS LOGO ME DIZER

Tu que corres como o vento, venhas logo me dizer
Essa nova primavera o que de bom há de trazer?
A que me valha o que lhe vai

Tu que corres como o vento, venhas logo me contar
Essa nova primavera o que de bom há de me dar?
A que me valha o que lhe vai

Essa nova primavera o que de bom há de trazer?
Sob as ondas de qual sol eu poderei então te ver?
A que me valha o que lhe vai

Por do sol

Parece que as pessoas
não aproveitam mais
Os pequenos momentos
que a vida nos traz.

É bom viver pra poder ver
o Sol levantar e descer.
Ser simples no dizer.
Abraçar por prazer

Ser inocente pra ver
o céu sem temer
a luz que vem de lá
vem aqui pra te alegrar

Só olhe pra isso
Pela janela
Que mundo mais belo
Pintado de azul, verde e amarelo.

Somos um.

Somos um só

 

 

Como se ela fosse eu e eu fosse ela

Como dois fosse um

Vem pra mim, vou pra ela

Procuro em mim, acho nela

Seja eu, ou seja, ela

Ela lá, eu cá

E o amor que nos juta é natural

Seja no bem

Seja no mal

Não somos um, somos imensidão

Somos terra e mar

Somos verdes

Somos cinza

Luz e escuridão

Somos malicia e compaixão

Sorriso, chuva

Lagrima, sol

Somos um vento que sopra

NAS GOTAS DA CHUVA

NAS GOTAS DA CHUVA

A chuva cai, cai mansa
Molha a terra de momento
Sinto o cheiro que me desencanta
Das folhas secas trazidas pelo vento

Chuva fria, forte e constante
A terra tornará a ser fecunda
Os campos cobrir-se-ão de flores num instante
Serei um dia árvore de raiz profunda …

(…) Semente que floriu no cerejal,
Não me assustará, mais, nenhum vendaval!

Mariana Asper

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