Prosa Poética

De volta

Dia 616. Estou de de volta ao fundo. Ao precipício onde caí depois de me empurrares. A sordidez da vida assoberba-me de uma forma que não consigo controlar. De fundo, acompanham-me ritmos e musicalidades que me acorrentam ao chão. Não sei como vim aqui parar e não sei como vou sair. Espero por alguém que me salve ou estou condenado ao fracasso? Cada avião que por mim passa que faz surgir uma certa vontade de agitar os braços e gritar, mas a falta de vontade e a auto descrença contrariam-no. Continuo preso, muitas vezes com a ilusão de que sou livre. 

Despojos de anjo.

No criar, entrei no aprender,

Anjo? Que poderei ser.

Anjo, nem pensar,

Preciso muito amor,

para de branco me poder vestir.

Ser anjo é a prosa, o poema,

letra, simples poetizar.

Entrando em interior,

Apenas os ANJOS só sabem ensinar amor.

 

Vindo da essência, plantando a flor,

sente o anjo,

no seu mais lindo esplendor.

Anjo divino.

Contemplador.

Moras sempre junto,

de Jesus, nosso senhor.

Como deixar-te ir?! Ajuda necessária!...

O meu cérebro é uma coisa engraçada... mas o meu coração é ainda pior, acho eu! Agora, imagine o que acontece quando eles não estão de acordo?!... Bom, é aí que começa a festa... e mesmo sem convite eu tenho de lidar com isso tudo, não tenho outra opção!

VAGANDO

 

 

 

Quando me atina, saio cedo

de meus relógios costumeiros

e vou até ao centro

assuntar um pouco no Café Nice.

 

Depois ensaio um fortuito passeio

em meio ao tráfego

que me deserta na multidão.

 

Apresso-me sem receios

como uma flor romântica

que intenta

uma declaração de amor.

 

E -enfim- dou-me por vencedor

ao concluir esta jornada

a salvo

de meus relógios insólitos...

 

 

 

 

 

 

Pages