Saudade

Vila Madalena

Gira o mundo.
Carpe diem.
Confiança dos reinados indestrutíves
De velhos semi-deuses ,
Quando criança viviamos 
Na vila Madalena, arena do bem
Eu e as demais crianças conseguiamos desocupar da guerra 
Os que se tornariam adultos ,
Tormavamos iguais a todo desenho animado 
Com vários capitulos divertidos à disposição 
A quem se aventurasse, 
Todos nos  aventurávamos
Na diversão garantida .
Gira o mundo, 

DÓI-ME TANTO

DÓI-ME TANTO
 
Dói-me o cansaço que trago em mim
Dói-me a obrigação de reviver a dor
Dói-me o suicídio nostálgico imposto
Dói-me cada passo que dou sem fé
Dói-me o pesar que me tolhe a voz
Dói-me não amar como desejo amar
Dói-me a ilícita dor que me consome
Dói-me este ópio agarrado à minha pele
Dói-me os sonhos levados pelo vento
Dói-me os castigos que a vida me tem dado
Dói-me este combate desigual todas as noites

DISSOLVEU-SE

DISSOLVEU-SE
 
Dissolveu-se o amor
Num tempo que nutria-se a alma
Entre o cantar das cigarras
Na pacatez dos campos de trigo
Aconchego das mãos já velhinhas
Na esperança de belos sorrisos
No rosto enrugado pelo tempo
De uma rara beleza sem fim
Sonho acordado de amor
Como o ventre da minha mãe
Onde se dissolvem os versos
Na voz de encantada poesia minha.

Pages