Entrevista do mês de Abril de 2014: Juliana Carneiro Gomes

Quem é a Juliana Carneiro Gomes?

Não gosto muito de falar quem é a Juliana, prefiro que as pessoas descortinem o que sou. Mesmo que algumas nunca cheguem realmente a saber de mim. Contudo, vou tentar expressar o humano dela. A Juliana é uma menina mulher determinada, que luta pelos seus sonhos ligados aos objetivos que tem na vida, que não aceita mentiras, que desconfia sempre de quase tudo, que sorri para quem sabe que merece o seu sorriso. É autêntica com os outros e, principalmente, com ela própria. Não gosta de pessoas que se vestem para sair à rua e em casa são outras despidas. É uma pessoa forte mas, por vezes, débil. Odeia a falta de amor no mundo inteiro e que as pessoas sejam escravas dos seus sonhos. Gosta de gente magnânima, que se dá ao mundo com o coração tamanho, que sem pensar amparam o próximo. Gosta da naturalidade das coisas, de pessoas que sabem escutar quem precisa, que sabem ser felizes com o nada em volta e que não precisam de muito para serem afortunadas. E de hoje o que ela espera? Bem, hoje a Juliana é que nada espera. Aprendeu que não pode aguardar nada de ninguém, que tudo o que precisamos do outro, nunca vamos ter. Bem vindos à doce realidade de se viver! Esperar conduz a morte sem saber que a estamos a colher, enquanto isso, essa demora que teima não chegar, o cosmo da vida continua a brilhar. Age, entretanto, por ser alguém, por ser reconhecida pelo que pratica com alma pois, só isso, a pode levar à outra margem do rio.

O que sentiu ao ver-se vencedora do nosso concurso do Melhor Poema do Dia Mundial da Poesia de 2014?

Ganhar o concurso do Melhor Poema foi, sem hesitação, uma experiência que me deixou muito repleta. Não acredito que tenha sido o melhor, mas a minha ambição de que aquele poema fosse realmente o Melhor fez com que ganhasse o mesmo. Não subi na hierarquia, contudo, ganhei um pouco mais de simpatizantes, consegui que aquele poema fosse lido por pessoas que não sabem quem sou. Parece que custa milhões de euros reconhecerem aquilo que fazemos! Amolga-me não possuir uma caixa enorme de valorização daquilo que completo. Quando “roubo” algo para realizar, podem crer que é com tudo aquilo que sou. Dinheiro nenhum pode comprar a autenticação. É uma luta diária para que a percentagem cresça e o (re)conhecimento do meu trabalho seja cada vez mais enaltecido. Amargo quando “deitam fora” coisas que podem colmatar quer a fome, quer a felicidade dos outros.


O que é para si a poesia e qual sua importância em sua vida?

A poesia é a confissão de algo que nos absorve o pensamento e eu sem ela já não respiro, é ela que me entende, é ela que me deixa livre do interior mal resolvido, da inexistência do que sou. É a poesia que simplesmente condensa aquilo que vou berrando com as letras, é a força de ter e não ter, é a força de realizar o que julgamos não merecer. 


Fale-nos um pouco de seu percurso literário...
O meu percurso literário é sumário. Breve em termos de publicação de livros da minha autoria, mas longo no que respeita a todas as palavras que já escrevi até hoje. Espero que a vida me permita crescer e, com o tempo, exteriorizar mais livros. 


Que outras formas de arte a atraem?
A música é arte da minha vida, sem ela sinto-me bloqueada. Podia passar horas a escrever sobre o peso que a ária significa desde muito cedo, é quase como lembrar-me da primeira vez em que respirei. As palavras nunca serão suficientes para definir aquilo que sinto quando começo a cantar. O meu sentimento pela música é indescritível, possui uma força em mim que mais ninguém consegue estender. Sou um ser insuficiente expressando aquilo que simplesmente só posso apalpar. A outra arte que não prescindo é a escrita. Escrever é como experimentar um desabafo calado e calmo. É não ser julgado no momento, é criar a dor em arte, e a felicidade em sorriso. Outras artes que me complementam: Teatro, Pintura e a Fotografia.


Dê-nos uma sugestão para o poesia fã clube...

Só tenho uma sugestão, que continuem a acreditar no meu trabalho.



Obras marcantes:
 A Lua de Joana. A Vida num Sopro.


Fonte de Inspiração:
 A voz entrelaçada na melodia que cria uma música. 



Filme Preferido: O Rapaz do Pijama às Riscas. 



Canção Preferida: Paloma Faith – Just Be



Jantar Perfeito: Todos os jantares são completos ao lado de quem amamos.