“Ter ou não ter”

  

Há, no meu peito, um mar em tempestade;

Uma efervescência de vapores no horizonte…

Nos meus olhos, dois Mundos, uma saudade

Um licor precioso, bebido, de mim, como fonte;

 

Na minha garganta, seca-se a dor… Que me deixe,

Gritando em silêncio, a fúria que a voz encrava…

O gelito doce, de água pura que não tem peixe

Num mar encastelado, fervendo, ao servir da palavra…

 

Já não tenho saliva que saiba desperdiçar;

Nem olhos que cheguem ao sentir insatisfeito;

Mas tenho, ainda, versos, por ai a gritar…

 

Tenho, do Mundo, tudo o que lhe pude oferecer

Em cada beijo, dedicando peito ao peito

E ainda, em todas as palavras que posso viver.

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Comentários

Lindo !

Sabe José as vezes sinto-me assim.

Olá amiga Arlete Klens,

O sentir, por vezes, engana os nossos sonhos, dando-nos a entender que no nosso peito se assume a tempestade, embora essa turbolência desperdice as águas sagradas que cultivam as pradarias da imaginação...

"Perde-se o gosto e aumenta a amargura que nos faz únicos num tão próprio individualismo, qual nos eleva ao Mundo,com o caminho das arvores..."

 Agradeço que tenhas comentado e também a tua amizade; qual grandiosa se emaranha no meu peito. 

Obrigada

Abraço deste amigo, que, distante, bem próximo se manifesta.

António Duarte.