ALMOUROL

Na nevralgia do Tejo
Estou amante e nervoso
Desejoso por tua volta.

Desde séculos a tua espera
Azeites de toda espécie
Correram pelas minhas paredes
E aqui escrevo teu nome enluarado.

Minha arquitetura é rude
Foi para os cristãos o clamor
Do paganismo muçulmano...
Nasci maometano e vi a cristandade
Me roubar colossal beleza.

Mas ainda estou bravo e retumbante
Colosso marginal no Tejo
Que guarda a saudade e te consola.

Quero te sentir agora
Viceral e suado como azeite
Choroso e eloquente
Para beijar-te como fortaleza.

Sou uma muralha encantada
Um castelo vivo pelo tempo
Repleto de estórias
Mas na tua espera
Pois quero que junto comigo
Escrevas as tuas memórias

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