A BARCA DO FADO SOFRIDO

A BARCA DO FADO SOFRIDO
 
Fado sofrido magoado
Que até a própria vida
Não sorria chorava
De ver um fado miserável.
 
E nesses becos escuros 
Cuja luz não entrava
Morava um fado
Todo roto e esfarrapado.
 
E outro mais adiante 
Na sua tristeza e negrura
Ia curvado e assobiando
A um fado destroçado.
 
E viajando na noite
Tendo a solidão por companhia
Os homens se vão ajeitando
Nos seus fados não cantados
Nem tão pouco assobiados mas sofridos.
 
(Carlos Fernandes)
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