Calafetando a solidão

Súbtil foi a hora amamentando o sorriso de vigia junto
Aos pátios da minha esperança irrequieta, quase uma orgia
De felicidade onde esteio as lembranças escoradas e calafetadas
Numa caricia que se traja de mil gargalhadas tão premeditadas
 
Ainda que adie um lamento seus ecos em silêncio
Crepitam na alma recostada às vidraças do tempo
Onde se comunga e dessemina aquela paixão que
Depois permutamos em surdina
 
A noite gloriosa matiza esta íngreme escuridão
Qual suspiro tão pervertido consolando uma terna ilusão
Abstracta, queixosa…anteparo destas minhas palavras escondidas
Na penumbra pacata de um silêncio correndo em cascata
 
Alonga-se a madrugada numa indiferença quase arrebatadora
Perpendicularizando cada gotícula de chuva caindo ladeada
De açoitantes ilusões conspirando estupefactas e tentadoras
Embebedando o ventre da terra ávida, ofegante…conciliadora
 
FC
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