Cantos Rústicos (IV)

 

Vai o boieiro apascentar o gado

ao raiar da aurora que o sol é nado.

 

Andam crianças no campo a brincar

como avezinhas em bando a voar.

 

À noite findam os doces folguedos

voltam os moços para casa ledos.

 

O recém-nascido no berço jaz

imerso num mar de serena paz.

 

Deitei-me no verde e adormeci

sonhando assombrado o que nunca vi.

 

O solo torna claro o pirilampo

no seu voo noturno pelo campo.

 

O bardo vê com o seu olhar puro

presente passado e o tempo futuro.

 

Orvalho da noite e terra molhada

húmidas raízes e erva orvalhada.

 

Sª Mª Feira, agosto 2018
 

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