Clausura

Clausura
 
Sinto-me reerguer, 
hoje ao culminar
o dia em prantos 
desfigurando cada lágrima 
comprometida e pálida
caindo pela face,
redimindo a fé imensa
que meu canto resguardado
num eterno desenlace 
me amordace 
e fortaleça nos abraços teus,
depois de tanto embaraço
resisto ao desembargo vagabundo
dos trilhos que a vida leva
levada por tanta injustiça
sentenciada nas preces do tempo
Afinal quem sou 
além daquele que quero ser?
Imenso na desdita desta vida
remando ávido na moldura da esperança
leal e sábio assim que posso
sofrido e justo quando quero
mesmo que por desesperados segundos,
forte, impermeável mas fecundo,
sendo renovado dia-a-dia
sempre corajoso o suficiente para dizer
assim me quero...feliz ontem
amanhã de novo refeito
do jeito infantil e efémero 
onde abraço toda a breve
ânsia insegura 
que por fim com ternura me deleita
na perene clausura de um suspiro
proscrito no púlpito desta eufórica
oratória insatisfeita
FC
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