Colheitas de Poesia

Exageraram o sonho em colheitas de poesia
Em plenas safras estreladas indecisas,
Que gastam longos anos e poucas falas.
Saberia sim, se houvesse um pouco de dó.
Só os doidos poetas mortos preenchem tão longínquo peito
E ainda há quem seja real,
Mesmo assim macas eram carruagens velozes
Enfeitadas de cavalos negros.
Ouviram todos os relinchos quando no atravessar das nuvens
Estavam todos lá.
Não conhecia as feições,
Mas as palavras
As vozes e os olhares.
Eram todos - um,
Misturados às sombras e as vestes,
Eram todos – todos.
Ouça-me disse Charles:
Eu falo o fogo no mar
E a seiva da dama no desejo
Com gênio de seda bem combalido
Em repouso do eterno dependurado em Rimbaud
Tão como todos voltaram ao feto.

As janelas do tempo estão todas fechadas
E imaginamos os rostos presos,
Apenas vimos o céu costurando a tempestade delicada
Longa da distância feito cérebro dormente
Germinando na idade da aurora que desconhece conclusões.

O amanhã era um pensamento perdido no caminho errado da trilha.

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