Degrau a degrau...

Degrau a degrau sobe o silêncio até aos
Píncaros da solidão reflectida num inefável
Momento de tempo tão vulnerável
 
Precinto em mim o grito de tantos silêncios interiores
Alinhando ilusões inigualáveis e usurpadoras até colonizar
Cada palavra desafiadora, implacável…apaziguadora
 
Desta saudade que povoa a memória essencial, retenho
E retoco cada sonho insaciável bloqueando aqueles sussurros
Arrebatados onde pinto a gravidez da minha solidão inviolável
 
Flameja a madrugada espanejando a luz mortiça pulsando
Sempre mais imperscrutável deixando na alma a tatuagem
De muitos beijos revigorando este amor quase…quase indomável
 
Calou-se de vez a tristeza, reerguendo um aqueduto de esperança onde
Desaguam paixões e ressacas de tantos desejos intermináveis, cerzindo
A melancolia refugiada a dois passos deste silêncio diria…indubitável
 
FC
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