Estatuto do silêncio

Out of the Wilderness - Peter Pearson

Franzido se despia o dia
 
exactamente igual a tantas outros
 
recostados ali na sarjeta do tempo
 
configurando o estatuto do silêncio
 
onde dispo meus sonhos mais tímidos
 
colhidos no pote da eternidade quatidiana
 
deambulando na sonoridade das palavras
 
ditas…quase profanas
 
 
 
E depois dos silêncios bordei teus
 
sonhos à luz das estrelas correndo
 
no paralelismo dos nossos beijos
 
Hospedei o sol no poente recostado
 
na poltrona dos dias factuais
 
e gentis
 
prostrados na ladeira da vida
 
caminhando sonâmbola ao redor
 
daqueles abraços infestados de amor
 
do qual sou teu fiel provedor
 
 
 
Existe hoje no pomar dos desejos
 
um naipe de sabores incrustados
 
à manhã que desperta debruçada
 
à janela do tempo festivo e recatado
 
Um frémito e obediente sonho cavalgando
 
no tafetá dos teus olhos bordando o tear
 
de tantas gargalhadas vagarosamente
 
dispersas entre as plumas do silêncio
 
feito estatuto na elasticidade da vida
 
correndo assim excitada
 
confidente, serena
 
indubitavelmente enamorada
 
FC
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Comentários

Lindo seu poema amigo.  Muito bem elaborado como é de seu estilo

Gostei    Abraço