A (e)terna esperança

 

Se é simples a vulgar simplicidade,

Por não ter a complexidade de um complicado enredo,

Não será simples  a ilusória verdade

De que a vida sobrecarrega a prepotência  de um mero medo?

 

Mais do que a virtude,  que a consciência e o pensamento,

Sobrevalece o espírito, o irracional (não a razão, o sentido),

Pois não revela mais, concerteza, o falível conhecimento,

Que o tenebroso  e, contudo,  inalcançável  desconhecido.

 

Torna, então,  necessária e credível,  a tão criticada esperança,

Que ao invés da razão e do que é certo, ilumina o nublado segredo,

 Do qual, através  desse tormento,  ao homem incute a confiança

Da insignificância do medo da efemeridade em confronto com a efemeridade do medo.

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