Fluídos de luz

Entre as duas da tarde ficou uma hora
Acabrunhada e lívida, descortinando o tempo
Que ressuscitava das entranhas de uma brisa
Envergonhada, genuinamente precavida e amestrada
 
Sapateou a noite até esmorecer-se o dia preso
A tantos equilibrados segundos morrendo extraviados
Perante a eutanásia de muitos sonhos ferozes e obliterados
Enquanto se assassinavam lamentos tão bem entrincheirados
 
Acordaram revigorados muitos ecos enérgicos deixando
Em pânico a memória nunca antes lograda ao aprontar com
Malícia uma caricia adornada com fantasias sempre enamoradas
 
Gótica e ternamente escurecida a noite veste-se de cetins sedutores
Embalando a madrugada numa coreografia tão sensual, qual
Unguento para a inspiração de toda a minha poesia deveras tão virtual
 
FC
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