Há sempre

Há sempre ondas que regressam às origens

E ninhadas que temem de voar.

Há sempre sonhos repletos de vertigens

E pés que não ambicionam caminhar.

 

Há sempre inertes nesta vida

Que vagueiam encurralados pela solidão.

Mas há sempre uma estrela isolada, esquecida,

Que teima em brilhar na escuridão.

 

E há sempre uma nascente na virgem rocha,

E uma ténue chama nos mares gelados,

Há sempre algo a acender a tocha.

 

Há sempre o reerguer após a desilusão

E o reencontro dos seres desamados

Que ambicionaram outrora a imensidão...

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