Justiça, firula que luz furta ...

Justiça, firula que luz furta ...

Nas tuas malhas esperávamos todos, aquilo
que não tem alcance as nossas mãos de braços curtos,
de dedos carcomidos, de olhar desnudo,
dantes do inicio do mundo, da fraqueza que luz procura.
Insinuastes ser a ultima, das ultimas
instancias do desejo de propositura.
Minha justiça humana, te apresentaste assim
redentora, redemoinho que emburra alento dentro de mim.
Haverá sempre uma ultima instancia em que acreditar?
Difícil acreditar nas tuas próximas sentenças
se nas anteriores tu negaste o óbvio sincretismo adjeto.
Embusteira fora aos pequenos menores autores,
que não puderam representar nas tuas cortes.
Cortaste o pavio da explosão social,
do menino que busca vida sem a ter, no maçal.
Vai longe minha esperança de reverter teu passado
no incauto prelúdio de uma era tenente.
Houve quem mandou por autoritário abuso,
e quem morreu por não atender tal mandado,
relutava porque só tinha nada, sem chance de algo mais.
Administrar-te é pura firula espalhada,
foges dos autos para incorporar vaidades,
intimas os incautos nos becos lamacentos,
nas estradas de cimento, no mais longínquo pelargônio.
Correntes, vertentes, nenhum sinal de lealdade,
tu és criada em ambiente de programada desigualdade
pelos que nunca tiveram a necessidade de
ter em suas noites, acrescentada.
Possidônio se abraçou a ti, te aconselhou,
agrilhoada deturpou e retardou tuas decisões,
permitiu que foste mais vil,
que o mais inútil dos ladrões.

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