Lugar comum

É património desta humanidade onde
O sonho peregrino feliz gemeu acomodado
Aos bastidores da vida numa precisão de olhares
Valsando orquestrados
Em dribles de cumplicidade colorindo os sonhos
Que baloiçam assim adestrados 
 
O tempo solidificou os dias numa mímica de palavras
Primaveris, artísticas e orgásticas
Alimentou a fisionomia da manhã que se espreguiça
Vaidosa, ilustrando a vida despertando fantástica e charmosa
 
Lugar comum se tornou o dia que gora nasceu
A noite que valsou entre a 5ª sinfonia de abraços seduzidos
E o renovado milagre estético orquestrado sob a batuta de um verso
Ritualista pulsando de inspiração semântica e tão surrealista
 
Na meiguice de uma manhã matreira deixo
O sol entrar pelas persianas dos meus silêncios
Estendendo seu naipe de luzes majestosas buscando
O epicentro de todos os desejos onde nos embriagamos
Ornamentados, estupefactos…eternamente homogeneizados
 
Queda-se todo o silêncio da alma prostrada deixando o
Profundo ser do ser quase insano inflamado e indomado
São estados do mesmo sonho onde preencho os vazios
Bolsos da solidão hibernando pelos ecos e alamedas deste
Embrionário verso inconformado…em ebulição
 
Hoje resta só uma ovação de lamentos tamanhos…abismáveis
Confinada a esta estrofe peregrina penetrando nas entranhas
Do tempo onde sucumbo legitimado no sombrio sótão
Da solidão incontrolável, hermética,íntegra e inadiável
 
FC
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