Manhãs clarividentes

Com doçura escorrega pelo leito do tempo
Um silêncio etéreo, profuso e quase sideral
Contorce-se entre lamentos fiéis e concludentes
Forjando uma caricia feérica, confidente…colossal
 
A noite inoculada por ilusões passageiras
Amarinha pela cascata de memórias usurpadas
Contaminando toda a saudade que agora
Vocifera clarividente e encorpada
 
Inspirada e emancipada a manhã solta sua
Doce luz inocente e bem garimpada embalando
Todas as belas palavras melancólicas e assolapadas
 
Com um murmúrio infindo fecham-se as pálpebras
À solidão mais esfarrapada qual burburinho que lá vai
Num vento vadio fluindo auspicioso… assim mui devagarinho
 
Frederico de Castro
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