Meia noite, a vida em pleno

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À meia-noite,
Morre um dia
E nasce outro;
Mas, por que é noite,
Talvez fosse mais correcto dizer:
- Morre uma noite
E nasce outra.

À meia-noite,
Nem sequer é ainda
Meio da noite...
E as sombras agitam-se
Ao compasso da lua
Ou de qualquer luz
Que haja na rua.

À meia-noite
As trevas circundam a Terra;
Existem sempre trevas
No nosso Planeta…
Existem sempre medos
No nosso subconsciente…
E no entanto, a vida
É sempre a mesma,
Seja nas sombras
Seja na luz.

À meia-noite,
É sempre meio-dia
Nalgum local da Terra...
O sol reina ali
Em todo o seu esplendor;
E no entanto,
Se não chegasse a noite,
A vida morreria.

À meia-noite,
Os silêncios são diferentes
Dos silêncios do dia:
Os homens dormem
Sobre os seus pesadelos
E quando acordam,
As manhãs trazem para eles
Novos fantasmas.

07/09/2005, Henricabilio

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Comentários

Mais um belo texto

deixando a poesia a meio da noite

mais bela e a vida ainda mais plena

abraço

FC

Belo! Á meia-noite quem ama está acordado... Contando juras de amor e esquecendo o dia passado...

Abraços!