Moça

Moça bonita do olhar aflito,
Ah, rosa abatida no Jardim maldito
Chora. Pode chorar... 
Mas depois, moça, te reconstrói e muda como o luar.
Porque o tempo está passando mais depressa do que os cálculos!...
 
Ahhh...
Moça do coração ferido
Moça que acreditou na mentira com sensibilidade. 
Qual foi mesmo a pior das tuas possessões?
Tu confiou na possibilidade e foi parar no abismo gelado.
Qual foi mesmo a pior das tuas impossibilidades?
O monstro da Realidade te devorou súbitamente.
Acorda agora, moça. (Moça acorda agora)
Que as tuas lágrimas encheriam uma nascente.
 
(Moça porque choras tanto?...)
Encaixa as tuas pecinhas de novo! Ergue esse teu coração esplêndido e novo.
Porque o trem está encandilando mais depressa que o açúcar do teu sangue.
Moça não treme! O barulho é da chuva lá fora...
Esse instinto irrequieto é que te derruba contra as tuas próprias paredes.
Moça não pragueja que ainda é cedo.
 
Moça, nem por condolência! Ai por compaixão...
Confecciona o teu sentimento de volta
Desfaz a mala.
Desembaralha.
Desembarca.
 
Moça, não te descontrola que a vida é superação.
E sim, tu é suficiente sim!
Moça, faça o favor!
Não te submete à essa sujeição. 
 
Coisa mínima com coisa mínima que vai se amontoando
Chora moça. Porque chorar lava e te dá poderes!
Mas depois é bom que tu mostre bem o teu sorriso delicado de moça. 
 
01 . 08 . 2014
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