Na senda do silêncio

Deitei-me na esteira do tempo
Adormeci numa ilusão parca e cronológica
Fiz de duas rectas um segmento de silêncios onde
Pernoito numa insustentável leveza quase cosmológica
 
Estanquei toda a hemorragia que a noite
Ferida teceu vagabundeando em surdina pelas
Ruelas prenhes de tanta solidão onde qual gazua
Se abriam as margens do tempo marulhando de lassidão
 
Alistei-me no exército da solidão onde pontificam
Os sussurros de tantas brisas marchando sob a cadência
De uma memória interminavelmente fogosa, ternamente fervorosa
 
Na quermesse dos dias que fluem em sinistros lamentos arribam
Ao mastro da fé tantas coloquiais emoções calorosas deixando
Esquiar pelas palavras etéreas minhas orações sempre vigorosas
 
FC
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