Na toada dos silêncios

Descobrem-se as nuvens ensopadas numa alegria
Petulante vestindo as ramagens de uma gargalhada galante
Brincando bem sincopada e apelante
 
Vem para mim serenamente a noite despindo a
Luz envergonhada, tímida, qual seiva da vida alagando-me
Com beijos delicados devoradores… assim literalmente
 
Paira no tempo uma solidão quase demolidora subindo
Pela haste do silêncio de forma tão predadora, incutindo
Nas vestes da ilusão um eco grávido, desiludido…blasfemador
 
Ficou incurável esta saudade inusitada deixando de permeio uma
Memória oculta entre as sintaxes dos meus versos triviais, ofertando-te
Depois uma rima ocasional, escondida entre os sonhos mais virtuais
 
Veio à tona uma ondulante ilusão, encharcada de toadas e cânticos
Alegres lancetando a madrugada que em mim enfurecida se acoita
Qual inquilina desta solidão consensual…bem elastecida e afoita
 
FC
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