Nunca é tarde...

Nunca é tarde
Para demover cada hora em fuga pelo tempo
Aditar à duna dos meus silêncios uma ampulheta
De lamentos escorreitos remexendo nas poeiras
Graciosas guerreiras onde embalsamei a vida antepassada
Multiplicando cada distância mais movediça e traiçoeira
 
Nunca é tarde
Para soltar as amarras da existência onde congrego o
Pseudónimo de todos os meus versos levados assim na
Esteira do tempo esbofeteando a difusa luz conjugada
Na toponímia das palavras desarraigadas pautando
Cada polegada da vida gesticulando emancipada
 
Nunca é tarde
Para gerar o aspectro ascético de cada desejo
Bailando em coreografias íngremes frenéticas
Antro da minha nudez ansiosa salivando
Sequiosa no ventre idílico das utopias que soletro neste
Multifacetado tempo erótico e tão malicioso
 
Nunca é tarde
Para vislumbrar-te genuína entre a fauna dos
Meus versos assim vertiginosos e o corpo
Ganindo raivoso amadurecendo todas as alquimias
De amor refinadas numa orgia de beijos quase intravenosos
 
Nunca é tarde
Para inebriar-te com palavrões degustados
No mais fiel e requintado verso que geme poético
Acoitar-te ali perto do meu silêncio mais estético
Para depois ressuscitar entre todos os actos de
Fé mais eclécticos
 
Nunca é tarde
Para sonhar-te dia e noite convertendo
Os solitários itinerários das nossas sombras em
Reencontros harmoniosos mesmo que proibidos…grandiosos
Gemendo requintados…sempre voluntariosos
Mesmo que deserdados e beligerantes…amanhã e sempre
Pra sempre deliciosos e empolgantes
 
FC
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