O ILUSIONISTA DA ILUSÃO

O ILUSIONISTA DA ILUSÃO
 
Acordo, olho quero ver
Para fora da caixa, 
Que me encerra, que me amarra,
A uma ilusão. 
Mas não vejo nada,
Iludo-me, numa ilusão não vista,
Estou confuso, 
Como a vista recusasse a ver,
O que a mente iludida via. 
Voava numa ilusão ou farsa,
Vejo estrelas luzentes, 
Brilhando num frenesim, 
Que me deixa perplexo,
Meio crente, meio dormente.
Tento libertar-me, 
Acordar da ilusão, 
Sair do aperto da caixa,
Mas a minha mente aprisionada,
Pela ilusão da alma agrilhoada,
Ferida que não sara,
Vou à frente caminho,
Num caminho que percorrido, 
Sofre na palavra, no poema,
Deste meu fado caminhado, 
Na ilusão da vida ilusionada.
 
(Carlos Fernandes)
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