O Louco de Platiplanto

Eu conseguia ver o que havia sob o ralo.

Vermes, cabelos, espuma e escarro,

Esperma.

Eu tomava banho,

Coisa rara.

Mais um pouco

E o esperma cresceu sob a espuma

Do xampu ou do sabonete.

Havia cabelos lisos compridos

Em sua cara de Perseu.

Cabelos meus

Ou dela?

Minha menina caquética.

Com o esperma vieram os vermes.

Apanhei o rodo e dei neles,

Em vão.

A luz apagou ou acabou,

Tudo ficou escuro,

Como se eu estivesse no fundo

De minha garrafa vazia de Bourbon.

Acordei em minha cama,

Ao lado de Galileu e o homem biônico.

Uma mulher de branco entrou pelo quarto,

Sorrindo aos prantos.

Acho que era Cecília Meireles ou Simone de Beauvoir.

Ignorou-nos quando passou pelo corredor,

Jean Luc Godot.

Logo eu, o Cavalinho de Platiplanto!

Xinguei um pouco

E fui pastar.

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