O que seria do mar sem marés...

O que seria do mar, sem marés
- ao amor...
 
Resignado hoje
até me deixo
mais que desvairado aprisionar 
em tuas ausências ontem relembradas
e tão reveladoras 
do imenso lagar secreto
onde agora
até nos aperfeiçoamos
desvendando aquelas maresias
projectadas na rota dos nossos oceanos
em franca ebolição e sinestesia
 
Que seria do mar
se as marés não assumissem
tantos abraços
quando por fim inanimados
ainda alimentássemos a fome com vinho
e pão levedado na eira do amor
 
Rega-me meu afluente velado
qual água que transborda
entre nossos rios
circundados pelas marés
que se alinham
na fímbria
e na foz arrebatada
pela existência inconformada
sedenta e sublimada
quando assomar
a esse teu mar agora dissimulado
num tempo que finda decretado
FC
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Comentários

Gosto desse seu afluente de mar que flui espontaneamente no seu poetar.