Ondulações (I)

O curvo deslizar do réptil na ramagem

em perfeito silêncio oculto p’la folhagem

 

Paraíso de cor no campo a primavera

serena vastidão que o fim do dia espera

 

O gorjeio feliz do bando ao pôr-do-sol

hino de gratidão ao celeste farol

 

Vai lento o caracol subindo o muro

quando chegar ao cimo é já escuro

 

Bom amigo o livro que nos faz sonhar

e o tempo suspende para imaginar

 

Não importa se chove todo o dia

quando bem dentro brilha a alegria

 

Serenamente vão passando os dias

num riso de emoções e fantasias

 

Brotam as palavras do imaginar

umas vêm depressa outras devagar

 

Do estar desperto ao sono é um instante

para acordar um dia mais adiante

 

Sª Mª Feira, junho 2018

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