Poetas de calos nas mãos!

Poetas de calos nas mãos

 

Que são poetas, todos uns poetas!

Palavras aventadas como barro a parede,que soa a insulto!

Que associação existe entre o escritor e o indigente?

Entre o racional comtemplativo com um elemento a abater?

De que numa sociedade em crise surgem os juizos,a insana busca de um bode a pagar!

Assim se procura o culpado!

Porque não procuramos nós o herói ?

E porque muito se fala e escreve e tudo na mesma fica!

O descontentamento pela escrita aumenta, mas haverá então razão?

Por causa de um burocrata  e complicado sistema de alguns encostados e muito versados fariseus que falam,falam,falam mas...

Alguns até sabem escrever ,mas saberão eles trabalhar?

Saberão como custa a vida? E a de muita gente ?

Pois vos afirmo que muita gente que duro trabalha,sabe escrever!

Que  muitos calos,muitos esforços e sacrificios contra adversidades e ingratidões,rotinas e ganhos miseráveis á conta da sua saúde e até  da própria vida!

Que muito nos terão para contar!...

Da pressão do trabalho, da sua desumanização, da concorrencia,da industrialização  e seu reflexo no ânimo do trabalhador , da avidez do Homem e suas consequências, da sua ganãncia para produzir e ganhar mais ,de atentados contra a integridade do individuo desde condições de trabalho duras a por vezes criminosas,de pessoas de real valor que habituadas a trabalhar e calar abusadas por  defender em silêncio  o caminho do trabalho ele nasceu para o  Homem, para o dignificar! Não para o descapacitar e acorrentar!

Que esses calos nas mãos contam histórias de verdadeiros heróis anónimos transmitindo histórias de amor a seus irmãos,de gente que persiste em elevar a dura razão da ação contra a indiferença, inacção e muitas efémeras vaidades!

Trabalhador anónimo sempre esquecido,gente que duro trabalha contra tanta adversidade.A conta do velho sangue ,suor e lágrimas, sempre desprezados que muito nos terão para contar!

Que condições?Quantas paciencias?Quanta dôr?

Quanta comprensão escondida na pele !Cicatrizes da vida!

Quem vos nega a importância ?

Quem se esconde de vós ?

Poetas de calos nas mãos!

Quanto tereis vós para contar?

E como?

De tudo o que sentem vossas cicatrizes, vossas heranças de vida!

Verdadeiras medalhas do corpo e do fortalecido espirito!

Como celebrareis vós a vida?

Quando merece ela assim ser  vivida! 

Poetas de calos nas mãos!

Quando vos mostrareis ao Mundo?

Não por fora mas por dentro!

E quando vos retribuirá o Mundo

Em amor vossos sagrados esforços!

Pois sinto eu obrigação de a todos vós aqui agradecer!

Aos Poetas de calos nas mãos!

 

 

 

 

 

 

 

 

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