Saudade

Ainda não a entendi bem

Não sei o que descreve

Nem aquilo que quer dizer

Apenas que a sinto,

Talvez no coração ou fora dele

Ou talvez em lugar nenhum

Mas certamente na ausência

Das memórias coloridas da minha infância,

Da brisa leve e refrescante que toca o meu rosto,

Do silêncio taciturno que ronda a minha alma,

Do luar melancólico e exuberante que transborda do céu,

Dos suaves e crepitantes sons das cordas de um violino,

Das esvoaçantes borboletas que dançam nas manhãs primaveris,

Das ondas susurrantes que beijam o meu corpo sedento de mar,

Das gotas límpidas choradas pelo céu,

Da canção que brota dos pássaros livres,

Dos caminhos não percorridos e apenas sonhados,

Do riso cristalino das crianças felizes,

Do divino e agoniante pulsar da Terra Mãe,

Da tua imagem sombria e longínqua

E do teu sorriso que nunca encontrei.

 

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