Teu nome

Teu nome
 
Vi, em letras douradas,
teu nome gravado numa nuvem de esperança.
Vento, em fortes rajadas,
impeliu-o para as sombras das minhas lembranças.
Tentei aferrolhá-lo
nas masmorras dum mundo só meu.
Oh, céus! Tentei palpá-lo…
num relâmpago se esvaneceu.
 
Podes crer que chorei
e não sei porquê. Talvez por mero automatismo!
Só uma coisa sei:
desde esse dia que vivo em profundo mutismo.
A frenética fome,
dum amor por saciar,
julguei vê-la no teu nome
suspenso em nuvens, no ar.
 
( batista_oliveira - 1973)

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Comentários

 
 
Deixaste
na macieza
da epiderme
teu rasto e aroma
 
sem o calor
do cio que te
escorre dos ossos.
 
Sem palavras
acendeste um poema
na minha pele intacta
ávida de calor.
 
Na vertigem das vozes
que ecoam
em cada dobra
dos teus seios
deixaste resplandecer um clarão
que mostrou
a lucidez do meu desejo.
 
Sedenta
uma borboleta
veio saborear
o pólen que jorrava
dos corpos entrelaçados
 
e poisou
na efémera lascívia
que atravessava os corpos.
 
batista_oliveira - (2016)