Uma Outra Rua do Amor

Toda manhã acorda ela as coisas mais belas do dormir,
Ela ama chorar lágrimas alegres quando fala da outra rua do amor
Com sons de cordas e baixos resmungões
Com teclados dançando nos jardins
Junto às flores com nomes e letras de músicas,
É uma canção e um lar.
Dos livros voam os sonhos
Nas conversas... Longe! até o tardar
Velejam, flanam algumas poesias.

Na hora do silêncio ouvem-se apenas sonos
Nos distantes pomares às surdas às sombras dos antigos arvoredos,
De outras campestres vidas que com temor temos medo de estar.

Quando ausento-me desta vida,
Sua vida torna-se uma cama triste à beira dos pais,
Às vezes retorno e ela?
Ela novamente passa a dançar e cantar esta cantiga
Neste estranho paraíso dalém de mim.
Nos minutos obesos do incomum recebemos com olhos e ouvidos
Todas as palavras cortantes em versos de longos poemas.

Debaixo da varanda, nas ruas solitárias da cidade,
Madrugadas vazias sujas de medo.
Estamos nesta canção com alguns pontos de magia,
Abraços apertados a saber que o mundo às vezes me leva.
Ela cai ao saber,
Palavras morrem no suicídio da vontade.
É na nata da falta que o escuro nasce.
Fica a carne, respiração e gemidos calados
Travesseiros de choro num sono afogado.
Num som de lua explodida em sol
Eu retorno,
Voltam desejos, cânticos, presentes...
Todas as seis das manhãs são cafés,
São caminhadas em bosques imensos de falas.
Um drink para a sabedoria
Vem dizer-me das visões do futuro.

Pode ser até que morramos,
Mas viveremos este sonho

E quando a humanidade acabar nós continuaremos nosso passeio de existir,
Tudo será um eterno será

Nas banquetas dos parques ficarão nossas mentiras e nossos sentimentos
Por sentir beleza das coisas
Ás épocas são cimentos feitos de anos
Fica um recado para o próximo outono:
Um pio de pássaro nas asas do livre,
E como a pele enfrenta a maravilha do toque
Creiamos nós nos justos apelidos
Que damos aos nossos atemporais passos.

Pode ser até que morramos,
Mas viveremos sonhando

Desta vez só fiquei fora uns três tempos
De sei lá quantos meses
De sei lá quantos anos
Só que face mudou
As romeiras eram invernos
Nossos campos estavam em cinzas
Nossa Minas em chamas
Uma mão nos cabelos... Rosto frio
Histórias e algo que por valor maior
Fugiu dos leves tons dos delicados domingos da preguiça.

Nos tapetes feitos de limalhas de ferro
Anjos são enterrados.
Nas colheitas esquecidas restam-nos as feiras de todas as semanas.
A quarta trepava um outubro...
Hoje vimos planícies assoalhadas ao encontro de veredas
Para buscar carinhos alvacentos das pedras amantes do alto
Em beijos dos picos

Nossos sorrisos premiados dados a socavar
Abraços nos dengosos bailarinos de assovios corredios nas flechas dos lábios.

Vamos esquecer a nós para que eterno
E corredio seja este último pensamento
Esteio que nos põe vivos aqui,
Mas infinito até o outro par do tampo,
Aqui ouvido respira e fala,
Lá não se vê nem o ver nos vê,
Nãos sei, quem saberá?

Pode ser que morramos,
Mas viveremos nosso sonho

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