A sonda hindu “chandrayaan-3” acaba de encontrar oxigênio na lua. É uma nova descoberta, pois, quanto à água, já se sabia que havia...
Quando for possível, mudar-me-ei para lá, onde plantarei flores variadas e árvores frutíferas, e cultivarei hortas orgânicas também, em sua superfície.
Mas que não se vulgarize essa lua romântica, que ainda é a fantasiosa musa de todos os poetas e apaixonados.
persisto a consolar-me em ti
sem que estejas presente
com os reais carinhos teus
me entrego a esta fortuita
alucinação
fazendo-te diva de uma simulação
me gabando por tê-la assim:
-presumidamente
personagem de um folhetim
passa janeiro passa fevereiro
nos vagões de um trem costumeiro
que não carrega ninguém
e o que virá depois do dia primeiro
será apenas outro dia a mais
a cumprir o mesmo roteiro
consumindo todo o tempo
nos trilhos de um estranho destino
que jamais se conheceu...
estarei nas coordenadas
dos cometas à deriva
e no limiar
das estrelas errantes
assegurando a ousadia
de burlar a ciência
(neste devaneio)
ao viajar incógnito
e clandestino
acoplado a uma nave
espacial
ou às asas de um anjo
voante
que me leve acolá
são alvíssaras
as mensagens visíveis
pelas frestas das janelas
que jamais descerrei
são plumas
as folhas das árvores
de copas frondosas
que oscilam como leques
são precipícios
os azuis que se diluem
em céus escassos
e em mares profusos
1.
os senhores da água
já desvendaram
os mares afoitos
em embarcações primárias
2.
os senhores do fogo
já depuseram
o pó frio das cinzas
submetendo-o à ventania
3
os senhores do ar
já sobrevoaram
os ventos adormecidos
na aurora noturna do mundo
4.
os senhores da terra
já demarcaram
seus vagos domínios
impondo limites aos sonhos
calam-se os ventos
calo-me eu
perante a ventania
voam voam
sinuosas aves
(sem suas amarras)
para além das fronteiras
de sua grandeza
vou-me
para o pós-amanhã
onde, lá
constituirei moradia
e raízes futuras
no território da bruma
ela me amará
com seu corpo inteiro
ou apenas passará de soslaio
e ficará
sem imperfeições
prostrada em meu olhar?
(expressão de alarde
vontade que não declina)
me fazendo pensar
se a amo
já, amanhã, ou nunca
-estrela do mar
