Ébano

Agora não mais necessito da noite
 
para que brilhes qual ébano entre o
 
sol dos meus dias sombrios
 
Tenho conectado em nós um raio de luz
 
que transparece num eco conivente
 
reflectindo todos os delírios passeando
 
pelas artérias do mundo quase indigente
 
 
Vou citar-te num verso mítico
 
sem mordaças
 
nem instintos selvagens
 
Apenas seguirei
 
divagando pela arquitectura
 
de um verbo distinto
 
onde viajo em cada momento
 
deixando esporadicamente
 
no toque da alquimia
 
um beijo
 
agrilhoado ao sigilo  complacente
 
tão singelo e rarefeito
 
 
Será teu ser por
 
fim meu cais de abrigo
 
celebrando todos os segredos
 
que deixei em acta
 
apalavrando um cântico
 
numa cascata de sons boémios
 
uivando contagiados pelo semblante
 
étnico de todos os desejos mais delirantes
 
 
O que agora me delicia são
 
as citações férteis das nossas
 
emoções
 
onde idealizo a aurora do tempo
 
vasculhando cada centímetro das
 
minhas divagações arrastando-nos
 
neste tridimensional foco de luz
 
se desnudando em repletos silêncios
 
de afectos
 
e lamentos
 
reféns numa hora despertando tímida
 
ao som de uma existência
 
colorindo o quintal dos meus desalentos
 
 
Na encruzilhadas de tantos caminhos
 
é hora de dar ignição ao tempo e fugir
 
fugir pra junto da docilidade de um carinho
 
Desfiar todos os laços onde inseminamos
 
a vida repleta de poemas decifrados
 
no anonimado
 
explodindo em nós miscigenados
 
 
Na aura de qualquer silêncio
 
depus uma coroa de beijos
 
inundando todo o dicionário de
 
palavras lambendo o decote de
 
um sorriso grávido de desejos
 
O teu nome rima com gracejos
 
o olhar penetra-me de lampejos
 
alojando-se à solidão que sangra
 
aconchegada ao folguedo
 
juvenil
 
ébrio e redimido num poema
 
derradeiro
 
fertilizando um sorriso impresso
 
neste cativeiro
 
FC
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Comentários

Redimido num poema,fertilizado num sorriso. Lindo isto poeta!
Saudações.

Redimido num poema,fertilizado num sorriso. Lindo isto poeta!
Saudações.

Obrigado Arlete

Bem haja

abraços

FC