Último Desabafo

O coração pára.
O sangue congela.
Hoje não sou mais que pó.
Sinto-me transparente como espectro
Mas ainda assim a mente não se quieta.
Os olhos transbordam 
O que o coração anula aos poucos.
O crepitar de sensações.
 
O momento desvanece
As ideias perdem se em humildes palavras,
Todo o labirinto se descobre num sonho corrompido,
Depois da escura noite renasceu um novo dia.
Que mostra de jeito nebuloso
Que as linhas rectas com fendas se uniram.
 
Hoje, hoje comecei a pensar mais em mim
Sem me dar conta parei de pensar em ti
Esqueci me de te lembrar
Tu que um dia foste para mim
O meu antídoto e o meu veneno
O meu sim e o meu não
 
A verdade é que ainda tenho em mim algumas dúvidas
Mas prefiro falar das certezas
E conhecer-te foi a maior aventura,
Mas hoje a minha maior certeza é não te querer mais
Todo o sentimento se findou
Todo o interesse desvaneceu.
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