Agora

Ao olhar da multidão,

Prefiro o olhar do meu cão.

Com certeza que também sou Pessoa,

Mas prefiro ser Leminski.

Uns dias Bocage, outros Aleixo.

Passeando nos jardins de Sintra com Lord Byron,

Ou apanhando conchas na praia com Neruda.

Patriótico como Camões, crítico como Saramago.

Sou eu mesmo, tudo isto, e muito mais.

Todos os anos, todos os meses, todas as semanas, todos os dias.

Todas as horas, todos os minutos, todos os segundos.

Ontem, Hoje e amanhã.

Agora.

Ainda assim por vezes não sou nada.

Não posso ser nada.

Nunca serei nada.

Agora.

 

 

 

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