Arbustos na alma dela

Veio pelo ar e não esqueci,
Nunca poderia deixar fugir como água,
Este amor de carecido ângelus da manhã destas frontes tão abastadas.

Benfazeja ao espírito já quase mudo
Há tanto cego
Há muito surdo
Perdido pelas curvas das estradas de cada dia que nasci.

Bem faz os merencórios que morreram na última flor de sanção do campo,
Mal fiz por assim ser-me,
Um verdugo desvairado destas fibras dos maremotos,
Incêndios... Do próprio meu
Meu próprio impróprio eu
Assim teu
Tão bem mau a saudar a penúltima sensação de morte da canção de novembro.

Salgadiças estavam todas as almas apanhadas por acaso
Nos morros longos das prenhes barrigas do fim da última estação,
Lembranças faziam por atravessar brechas deixadas por olhos lacrimosos
No infeliz ano de colheitas pobres próximos aos cerrados frios,
Claros, distantes, perenes... Pacientes...

O macio de sua pele descansa cansado nestas disformes palmas,
Seu dorso não conhecia,
Apresentaste a mim seu sonho e sua palavras
Ainda não sei sua voz,
Sua raiva
Seu ódio
Seu amor,
Negaste-me sua dor vossa bem afeiçoada calma samaritana.
De nada sei se sabes
De tudo não sei o que não sabes
Mesmo assim,
Pássaros despontam de todas as flores perfumosas de tua face bem sonhada,
Mesmo assim,
Tu abates feito som de alaúde este ser que aqui te canta
Que aqui te bebe
Aqui tristemente
Mortalmente
Qual suicida
Te espia.

Género: