Barco

Começo por sofrer de ter visões e não as tenho.

Visagens, viagens, vertigens, passam. Por que não?

Coisas e terras que antes não me havia passado,

Nem pelo meu lado de fora.

Afinal, o que se passa quando por acaso algo por alguém passa?

Recusas-te a ser a corrente água que não cessa de aguar margens e beiras,

Se melhor lhe parecer o nome, cá, pra mim, prefiro esse,

Sim, recusas, mas não vês que passas sendo leve, forte, agitado, revolto, manso, piracema.

Passas parado por tudo quanto é sonho e és refeito em cada tempo sem que notes.

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