Em wagon

A chaminé vomita fumarada.
A machina assobia: parto emfim.
Na _gare_, ao longe, a minha namorada
Agita o lenço branco para mim.

Como rectas traçadas a namkim,
Sobre um fundo ceruleo de aguada,
Vejo no espaço nitidas, assim,
As linhas telegraphicas da estrada.

O sol, hostia de luz resplandecente,
Vae-se elevando gloriosamente
Na abobada vastissima dos ceus

E dois choupos batidos pelo vento
Curvam-se num ligeiro cumprimento,
Cerimoniosos, a dizer-me adeus...

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