INCENSO

Agora cai a água das nuvens,

O solo árido é o cálice que a recebe,

A terra seca então se depura

E sementes alimentam a verve.

 

Bebe-se da umidade um aroma em flor

E em taça de cristal o mel da redenção

Que mitiga a sede e a sacia a fome

Dum mundo que sofre estiagem no coração.

 

No chão fulvo surgem os primeiros brotos

E no augúrio das mentes varre-se o lodo

Da infertilidade que sentenciou os campos...

 

Tempos novos... Há nas árvores o incenso

Que faxina consciências, traz bom-senso

Para que nas noites haja a luz dos pirilampos!

 

 

De  Ivan de Oliveira Melo

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