INCESSANTE DESEJO

Sempre que tu punhas a cabeça sobre aqueles ombros,
Punha-se ao seu pescoço
E cheirava-lhe os cabelos,
Ascendia-lhes um imenso desejo.
Mas por motivos ocultos,
Era-lhe maior o medo,
Talvez de lhe permitir saber o quanto a amava,
E embora os seus corpos estremecessem,
Impiedosamente negava-lhe um beijo.
E  inexplicavelmente ia-se,
Inda que ardente de desejo.
 
 
Gomes 
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