Perdida

Enxugo as mãos molhadas

Sempre faço da maneira dita errada

No short, na calça

Mais na calça que no short

Que eventualmente uso

Uso tudo que me encobre

Lá vou eu sentar-me solitária

Na mesa de um

Cadeira verde confortável

Ela gira, é o que mais gosto nela

A cor pouco me importa

Mas de uns tempos para cá

A mobília e tudo mais nessa casa

Vem ganhando a cor verde

Para uns esperança

Para Shakespeare, em Otelo, ciúmes, inveja

Já senti tanto nessa casa

Foram tão vastos meus sentimentos

Que hoje já nem quero parar para pensar e escrever esses momentos

De quem foi e para quem foram tantas emoções escorridas

Escritas no rodar da cadeira que gira

Verde

Hum...

Alguns nunca repararam

meus olhos são mel

Mas esverdeados, quando feliz me guardo

Longo vai esse colóquio

A verdade

Só comecei tanta escrita

Para acalmar os ânimos

Alegrar uma dorzinha

De ver todo dia

A segunda cadeira da cozinha

sempre

De manhã

Vazia

Aquela droga de cama enorme

Que não serve nem para uma noite de

Desilusão, farra

Bagunça, uma transa

Rápida ou corpos alinhados

no coração desalinho

merda!

Voltar ao começo

Ler em voz alta para provar todo o contexto

Se há compreensão

Se há correções

Se há alguma declaração

Ou tudo não passa

De palavras vazias

Ou pior

Nexo

Acho tudo isso uma busca pelo final

Sempre se tem o começo

Sempre se tem o meio

Mas, o final

Já me perco

incompetência

E tudo não é vazio

é

Simplesmente

Incoerência

Final, isso na minha vida

Só me trouxe

A ficar

Como agora estou, desde o começo, meio...

Perdida

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Comentários

perdidos no tempo e no espaço,

não significa, perdido na vida.

Haja palavras que o descrevam.

 

Saudações de Boas Vindas!

_Abílio