Prostitutas de vinténs

No pulso,
O relógio passeia incansável nas horas,
Eis como ondas nos minutos
Em persuasivos tic-tacs de insônia.

O momento varão e bruto espreita fiel
Os moribundos nas sarjetas
Enquanto notas compram almas nas lojas
Enfeitadas de anjos miúdos nas vitrines sensíveis,
Enquanto desejos amam e amam
Confeitos açucaram cérebros frenéticos à compra à cata... contra peito.

Viajantes de passagem com pouco tempo para bolinar com estadia,
O sexo com mulheres à venda,
Prostitutas de vinténs.

Somamos as idades
E esta poesia não será feita para virgens de aleluias
Ou para senhoras com nostalgia nos semblantes
Por entregar-se frívola cedo
Teu amor ao qualquer um sei lá.

Curioso o debalde de sonatas feitas de silêncio em gotas
No arranhar das vidraças.

Era blusa para vestir quebranta alma,
Sentar à poltrona,
Mirar seu papel de noite acinzentada

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