Tardes de aleluia

Eram metais os rostos vivos em desuso
Qual se nutre de bafio morredouro,
Terrívomos em diálogos,
Mênstruos enciumados em taças delicadas
Sobre espíritos mutáveis
Das horas que nunca foram outras
No medo de vir à luz
Ou em degredo ferido do que és.
A tarde de aleluia dir-te-ia que fora
O já é
Sendo concertos no ater sonolento
Da passagem rápida do dia.

É-me santo este sacrifício
Que com ódio da força do amor
Vens morrer-te na sede e ânsia
De conceder-me vida.
É-me víscera seu coito após do tempo próprio,
Após um segundo de máscara
Trocada a cada nuvem assoprada pelo azul triste do céu
De alimárias.

O que vem é uma vista
Vista por detrás desta sonolenta vista a expectar.
Talvez seja que por ali
Passou um deus que cometeu pecado.

O anjo preguiçoso que segurou vosso braço
Foi expulso de si mesmo,
Não tem sombra o que pensa,
Nem carne o que faz.
As pupilas inchadas assomam
Liberdades presas na obra do que vês
De vez sua prece.

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