Tempo Perdido

Ganho o dia quando acordo ao teu lado,
Quando minha primeira imagem é teu rosto sereno;
Perco o meu tempo fazendo coisas que não te amar.
Me divido em turnos, entre as horas que te vejo.
 
Ah! Como é grande a agonia da saudade,
Quando a música da tua voz, ao telefone,
E a fria imagem de uma foto tua
São o que acalma meu coração
Da dor de estar aqui sempre que não estás
E não poder te reter num abraço
E nem beber do mel que trazes em tua boca
E que escorre de ti, suavemente, a cada beijo.
 
Ah! Como é radiosa a luz dos teus olhos
Que me atraem como a um inseto,
Uma abelha que te persegue pelo cheiro da tua pele
E sobrevive graças a teu pólen e teu néctar.
Preciso de ti, vivo por ti;
Existes no mundo, como uma lembrança de Deus
Pois só Dele preciso mais que de ti.
Encho a boca para declarar minha devoção,
Meu amor, minha entrega.
Repito incansavelmente o meu amor
E sofro uma dor física a cada instante que te busco
E a vida te aparta de mim.
 
Vou renunciar à vida
Se for para estar mais longe de ti
Que apegado ao teu colo.
 
Rodrigo Dias
(in: "Poesias de Família")
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